domingo, 26 de outubro de 2008

Depois da Festa


Para alguns poderá parecer cedo, mas o momento parece-me oportuno, na medida em que aquele balde de água fria me fez despertar para uma realidade que se me apresenta inquietante.
Acabo de chegar de mais uma festa de aniversário da nossa Marcial, que para quem nos lê pela primeira vês, poderá assumir como mais um, mas para que não fiquem duvidas, é já o centésimo quadragésimo.
Dois pensamentos se me declararam: o de que mais uma vês os músicos, na sua humildade de artistas, se enobreceram, e o de que, os políticos na sua tenuidade se debelaram.
O apuro com que o protocolo foi esboçado proporcionou momentos de elevado significado para todos os que ao longo destes anos vivem profusamente os primados da Rambóia.
O assentamento histórico, para que não fique dúvida, dos espaços de referência da vida musical da Banda Velha, com o descerramento de duas lápides nas antigas salas de ensaio, bem como a missa de sufrágio por todos os quantos primaram pelo engrandecimento a nossa Rambóia foram momentos altos neste dia, que prosseguiu com um magnífico concerto oferecido pela Banda Marcial de Fermentelos.
Após a chegada, sempre tardia, dos “nossos políticos”, que infelizmente teimam em não nos privilegiarem com a sua presença nas efectivas actividades das instituições que dignificam culturalmente a zona territorial portuguesa que eles representam politicamente, deu-se início ao repasto que de farto nos brindou com o insólito.
Assistimos de tudo um pouco nos discursos que, como definia o protocolo, foi inaugurado por Sua Ex.ª Dr. Jorge Mendonça, Presidente da Direcção, único porem, que traçou um retrato fiel da vivência desta nossa Rambóia.
De todos os outros a quem foi proporcionada a tecnologia de amplificação do discurso, mais valia que os tivessem privilegiado com a oportunidade de contar uns compassos de espera, que é sempre uma boa forma de se iniciarem nas lides filarmónicas, pois que, perante as trocas de “galhardetes” entre Presidente da Junta de Freguesia e Presidente da Câmara, até ao típico discurso egocêntrico, de que fui eu que fiz, fomos privilegiados com tudo o que de vulgar estas referências nos podem presentear.
Para eles fica aqui um despretensioso encorajamento: poupem-nos das vossas aleivosias, pelo menos por enquanto, pois as eleições ainda são só para o próximo ano e nós apenas lá estávamos para festejar o aniversário da nossa tão Velha e tão Marcial Rambóia.
Parafraseando o saudoso Maestro Juvenal Marques: “meus Senhores respondam-me com os instrumentos” e se nestas alturas não sabem tocar calem-se e ouçam, pode ser que aprendam alguma coisa.

Fermentelos, 26/10/2008
António Rosa

3 comentários:

BMF disse...

Bem sabemos que ser-se da RAMBÓIA, é ser-se inconformado por natureza, é ter alma quente, é ter raça, é querer sempre mais e melhor; foi por isso, que em nome da Direcção transmiti, publicamente, aos Executantes da BANDA VELHA o nosso “Muito Obrigado” pela sua afectividade, pelo seu sacrifício, pela sua dedicação, pela sua emoção, e pela sua compreensão, dizendo-lhes que todos não somos demais para levar ainda mais longe o nome da MARCIAL.

Obrigado To Zé.
Um abraço,
Jorge Mendonça

Ramon disse...

Gostaria de saber quem foi o fundador e qual o seu motivo da Banda Marcial.

Luis Cardoso disse...

Para essas informações:
http://bandamarcialfermentelos.blogspot.com/2007/02/um-pouco-de-histria.html